Bobsled brasileiro faz história nos Jogos Olímpicos de Inverno
20 de fevereiro de 2022
- Brasil durante a histórica quarta descida (Foto: Alexandre Castello Branco/COB)
Em intervalos de tempos inferiores a um minuto, em quatro oportunidades, o Brasil construiu na manhã chinesa deste domingo (20), no Yanqing National Sliding Center, um dos capítulos mais bonitos da história dos desportos no gelo do país. Vinte anos após a primeira participação olímpica, o 4-man do bobsled verde e amarelo enfim alcançou a quarta e última descida nos Jogos de Inverno. Um feito que garantiu à equipe, também, o inédito 20º lugar.
Foi o melhor resultado do time brasileiro na história. E precisava ser desta vez, após tantas provações ao longo do último ciclo: primeiro, a pandemia, que veio para afastar o grupo de treinos e competições importantes. Depois, a perda de Odirlei Pessoni, integrante desta delegação até a morte há quase um ano, que testou ao extremo a resiliência dos atletas brasileiros. Por fim, havia ainda uma dose extra de emoção: a despedida do piloto Edson Bindilatti.
É de se pressupor, então, que foi uma competição difícil. Depois de completar as duas primeiras descidas com boas marcas (59.49, na primeira, e 59.60, na segunda), o Brasil ocupava a 20ª colocação geral. Era preciso, assim, manter o posto na terceira bateria para não perder lugar na grande final: a quarta descida, para onde avançam apenas os 20 melhores. E isso foi possível graças à marca de 59.78 na terceira vez na pista. O tempo mais alto do time brasileiro nos Jogos, mas talvez o mais importante da carreira de Edson Bindilatti, que duas décadas após seu debut olímpico, em Salt Lake City, via descida após descida de adversários o sonho de chegar à decisão um objetivo mais palpável. Até que virou real.
Daí, foi só desfrutar. Sem o peso da pressão, 22 anos de experiência fizeram Bindilatti superar o cansaço para melhorar a marca da descida anterior. O tempo de 59.61 terá para sempre um significado especial para o baiano de Camamu. Você pode chamar de tempo da despedida. Mas é também o tempo da consagração. Edson Bindilatti encerra a carreira como um dos brasileiros recordistas em participações em Jogos de Inverno. Foram cinco edições. E como uma lenda do esporte nacional.
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Edson Bindilatti se aposenta como uma lenda do bobsled brasileiro (Foto: Andrea Leibovitch/COB)
O SURGIMENTO DE UMA LENDA
Aos 42 anos, Edson Bindilatti encerrou a carreira no Yanqing National Sliding Centre para se tornar definitivamente uma lenda do bobsled brasileiro.
Nascido em Camamu, na Bahia, Bindilatti mudou-se ainda pequeno para o interior de São Paulo. Por lá, iniciou a carreira no atletismo até se tornar, anos mais tarde, campeão brasileiro e sul-americano no decatlo.
Em 2000, o baiano teve o primeiro contato com o bobsled. Dois anos depois, fez a primeira participação olímpica: em Salt Lake City, como pusher. Ele ainda participaria de outras quatro edições: Turim-2006 (breakman), Sochi-2014 (piloto), Pyeongchang-2018 (piloto) e Pequim-2022 (piloto).
Após a prova desta madrugada no Brasil, Bindilatti falou sobre o fim da carreira de atleta: “Não tinha como ser melhor. Foi perfeito. Uma aposentadoria perfeita, em alto nível. Finalista olímpico”, disse, em entrevista ao repórter José Renato Ambrósio, do SporTV.
A carreira exemplar de Edson Bindilatti rendeu à lenda do bobsled brasileiro duas homenagens especiais em Jogos Olímpicos por parte da delegação brasileira. Ele foi porta-bandeira do país nas cerimônias de abertura nas edições de 2018 e 2022.
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Brasil se despede de Pequim com feito histórico (Foto: Viesturs Lacis/IBSF)
ICE BRASIL ENCERRA PARTICIPAÇÃO NOS JOGOS DE INVERNO
Com o 4-man, os atletas da Ice Brasil fecharam a participação nos Jogos de Inverno de 2022. O país foi representado nos desportos no gelo no skeleton e no bobsled 2-man e 4-man.
NICOLE SILVEIRA, SKELETON
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Foto: Wander Roberto/@ANOC Olympic
Nicole Silveira, no skeleton, terminou na 13ª colocação a primeira participação olímpica. Ela marcou 4:10.48 depois de quatro descidas.
DESCIDA 1: 1:02.58
DESCIDA 2: 1:02.95
DESCIDA 3: 1.02.55
DESCIDA 4: 1.02.40
TOTAL: 4:10.48
BOBSLED 2-MAN
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Foto: Wander Roberto/@ANOC Olympic
Edson Bindilatti e Edson Martins, no bobsled 2-man, terminaram na 29ª colocação a disputa do 2-man. Eles marcaram 3:03.81 depois de três descidas.
DESCIDA 1: 1:01.11
DESCIDA 2: 1:01.36
DESCIDA 3: 1.01.34
TOTAL: 3:03.81
BOBSLED 4-MAN
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Foto: Wander Roberto/@ANOC Olympic
O quarteto formado por Edson Bindilatti, Edson Martins, Rafael Souza e Erick Vianna, que teve Jefferson Sabino como reserva ativo, finalizou a competição no histórico 20º lugar.
DESCIDA 1: 59.49
DESCIDA 2: 59.60
DESCIDA 3: 59.78
DESCIDA 4: 59.61
TOTAL: 3:58.48
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