Sonho olímpico: a emoção de Marina Tuono

14 de maio de 2021

Foto: Girts Kehris

O que você faria por um sonho olímpico? Marina Tuono, de 26 anos, atleta brasileira do monobob, deixou o país e a proximidade dos familiares na tentativa de transformar esse desejo em realidade.

Após buscar qualificação no bobsled para os Jogos de PyeongChang, em 2018, Tuono sentiu necessidade de perseguir este sonho. Breakwoman daquela equipe, porém, não se sentiu plenamente confortável na modalidade. O skeleton foi a primeira alternativa imaginada. Mas o fato de ter uma visão pouco privilegiada da pista a incomodava. Veio, então, o monobob – que irá estrear em Jogos Olímpicos de Inverno em 2022.

“No monobob, o fato de ver o que acontece é melhor. Tem controle. Como break (no bobsled), só freia. Ter controle é totalmente diferente. E no monobob você vê a pista. No skeleton, com o rosto no chão, é dificil. Gosto de visualizar. A primeira vez que vi a pista inteira no monobob falei ‘caraca, um novo mundo'”, diz.

A adaptação na modalidade já vem rendendo medalhas à atleta. É de fato um novo cenário. Um novo horizonte. Na edição 2020/2021 do Circuito Mundial de Monobob Feminino, Tuono conquistou o bronze para o Brasil. Fora da última etapa – e também de outras realizadas na Europa – por conta do coronavírus, ela mesma foi pega de surpresa com o ótimo resultado.

Isso não significa, porém, que um importante caminho não precise ser percorrido para que o sonho olímpico seja concretizado. Tuono ainda terá que participar de mais três competições e pilotar em mais uma pista diferente para, aí sim, alcançar os requerimentos básicos para brigar através do ranking por uma vaga nos Jogos de Inverno de Pequim. Como países que praticam monobob e two-woman têm 14 vagas garantidas e 20 trenós se classificam, a brasileira estará na luta por um de seis postos disponíveis.

Marina Tuono, à direita, em Lake Placid (Foto: arquivo pessoal)

Com a compatriota Nicole Silveira, do skeleton, que também sonha com uma vaga olímpica, a atleta costuma compartilhar seu otimismo. “A gente fala ‘tudo vai dar certo’. Não vejo ela há mais de um ano, então sempre falamos que vamos estar lá juntas.”

Apesar da confiança, a dimensão do que representaria se tornar uma atleta olímpica ainda não é plenamente compreendida pela brasileira. Talvez, só estando em Pequim-2022 para entender. “É estranho porque as pessoas para as quais eu falo sobre ir aos Jogos valorizam muito isso. Eu falo que sou uma pessoa normal, trabalho normal. E é engraçado ver a importância que as pessoas dão. A gente é de carne e osso. Também mencionam que eu seria uma pioneira. A primeira brasileira lá (nos Jogos de Inverno, pelo monobob). Não consigo nem explicar”, afirma.

A explicação está no orgulho pelo que já construiu e pode vir a construir. Sem saber o que falar, Tuono se expressa com lágrimas de emoção. “Principalmente meu pai, porque é da Educação Física, dá para ver que se orgulha. Semanas atrás participei de um trabalho com crianças, no Brasil, por meio de um meeting no Zoom (serviço de videoconferências). E eu parecia uma louca chorando. Meus pais falaram sobre mim, estão sempre apoiando e dizendo ‘o que pudermos fazer, a gente te ajuda’. E o quanto se orgulham, a gente fala sobre isso, mas não muito… Eu parecia uma doida chorando.”

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