Presidente da CBDG, Matheus Figueiredo fala sobre evolução do Brasil nos desportos no gelo
8 de fevereiro de 2022Foi um longo desafio. Primeiro, em busca de espaço. Depois, de afirmação. Mas hoje, 20 anos após a primeira aparição em Jogos Olímpicos de Inverno, é possível dizer que a Confederação Brasileira de Desportos no Gelo (CBDG) luta por mais com suas duas modalidades presentes em Pequim-2022: por que não entre os melhores do mundo do bobsled e skeleton?
Não é exagero sonhar. Até porque a realidade mostra o quanto evoluiu o desporto no gelo do Brasil. Durante o ciclo olímpico, por exemplo, Nicole Silveira, do skeleton, amealhou resultados expressivos em nível mundial: foi campeã absoluta da Copa América (com cinco de cinco etapas conquistadas) e três vezes medalhista na Copa Intercontinental (um ouro e dois bronzes).
Mas como foi possível chegar neste nível? Para o presidente da CBDG, Matheus Figueiredo, a explicação está no que foi construído quase dez anos atrás. “Mais do que um trabalho administrativo, é um trabalho de planejamento. E a Confederação tem que se desenvolver como um todo: desenvolver a parte administrativa, financeira, de organização, desenvolvimento de recursos, humanos e de estrutura. Há oito anos, realizamos um planejamento estratégico e estava nesse planejamento o desenvolvimento de todos esses pilares, que passam por ter mais estruturas para práticas e parcerias com centros de treinamentos fora e dentro do Brasil para que os atletas tenham acesso a ambientes mais qualificados para realizarem seus treinamentos e avaliações”, explica.
Figueiredo compara o trabalho de desenvolvimento da Confederação ao próprio skeleton e bobsled. Da mesma forma que ambas modalidades premiam aqueles que melhor conseguem se destacar num somatório de detalhes, o desenvolvimento de vários pilares é o que permite à Confederação chegar aos Jogos Olímpicos de Pequim em boas condições. “É isso que a gente tem tentado fazer e vem fazendo ao longo dos últimos anos, quando tivemos um crescimento gigantesco. Agora, já temos planejamento estratégico para os próximos ciclos, para continuar este desenvolvimento”, diz.
Numa avaliação específica sobre o Brasil nas provas do bobsled e do skeleton nos Jogos, o presidente é otimista. E é a palavra maturidade que melhor resume o sentimento de Matheus em relação aos atletas.
“A Nicole teve uma evolução fabulosa especialmente na última temporada e ela está com uma maturidade muito grande. Ela sabe onde é forte, onde tem os pontos fracos que precisam ser corrigidos, e a gente está trabalhando isso com toda equipe. A expectativa é que ela consiga competir de forma forte, buscando estar entre as 10 melhores atletas da competição. É possível”, comenta.
Em relação ao bobsled, avalia: “O bobsled chega com muita maturidade. Temos bons equipamentos, boas lâminas, a equipe está fisicamente muito bem treinada, o Edson (Bindilatti) tem muita experiência na pilotagem e acredito em boa performance do time. Sabemos que o bobsled de modo geral aumentou muito sua competitividade. As equipes evoluíram muito em termos de performance. Três, quatro ciclos atrás quem performava era metade dos times nos Jogos Olímpicos. Hoje, é diferente. Todos times classificados estão em alto nível de performance. Tanto que equipes famosas não conseguiram nem se classificar. Está muito competitivo e vamos precisar de um trabalho muito bem feito para conseguir uma boa colocação.”
A primeira modalidade da CBDG a entrar em cena nos Jogos Olímpicos será o skeleton. Na quinta-feira (10), Nicole Silveira fará a primeira descida da história do skeleton brasileiro em Jogos Olímpicos a partir das 22h30 (de Brasília). O bobsled entra em cena a partir do dia 14, com o 2-man.
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