Seletiva Nacional de Bobsled acontece na próxima semana (Foto: Beto Noval/CBDG)

Na próxima sexta-feira (15), a cidade de São Caetano do Sul (SP) será palco de um momento decisivo para o Bobsled brasileiro. A partir das 9h, a Confederação Brasileira de Desportos no Gelo (CBDG) realiza evento para anunciar o resultado da Seletiva Nacional de Bobsled, que definirá o último nome da equipe masculina rumo à tão sonhada classificação para os Jogos Olímpicos de Inverno de 2026, em Milão-Cortina. O evento será aberto à imprensa e oferecerá uma experiência imersiva no universo da modalidade.

Um dos destaques da programação é a simulação prática da largada, em que os profissionais de imprensa poderão vivenciar o empurrão do trenó oficial da seleção brasileira, ao lado dos atletas. Além disso, o evento terá um bate-papo com Edson Bindilatti, piloto da equipe brasileira, multicampeão e o maior nome da história do bobsled no país, e contará com a presença de Emilio Strapasson, presidente da CBDG e escolhido pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) como chefe de missão olímpica.

“A Seletiva é fruto dos grandes resultados que os nossos dois pilotos tiveram na temporada passada. Nos últimos 20 anos, sempre iniciamos a temporada olímpica com um trenó e de quatro a cinco atletas, além do piloto. Porém, neste processo de transição do Edson Bindilatti, o piloto Gustavo Ferreira se destacou e acelerou o processo, tornando-se um forte candidato à qualificação olímpica do Brasil com mais uma equipe. Este cenário favorável abriu espaço para mais um atleta que poderá fazer parte da delegação do Brasil na temporada que inicia em novembro”, afirmou Emilio Strapasson, presidente da CBDG.

“Existe uma real possibilidade de um atleta que ainda não conhece a modalidade integrar a delegação do Brasil nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2026 em Milano-Cortina! Isso é o poder do esporte em criar oportunidades e transformar vidas”, completou o mandatário da entidade máximo dos esportes no gelo no Brasil.

A importância da Seletiva

A seletiva integra o planejamento técnico da CBDG para montar uma equipe forte, capaz de enfrentar os desafios das competições internacionais da temporada 2025/2026, que definirão os países classificados para os Jogos Olímpicos de Inverno. O Brasil já conta com uma base experiente e competitiva. A definição do nome final será crucial para garantir profundidade, rotação e preparo físico ideal para a maratona que se avizinha. Edson Bindilatti destacou a relevância da Seletiva para o sucesso da equipe na temporada olímpica.

“É de suma importância essa seletiva, justamente para a gente ter uma temporada em que os atletas possam ter um descanso e estarem sempre em alta performance, em alto rendimento para as competições. Porque a temporada, principalmente a temporada Olímpica, ela é muito dura, com várias competições e a gente tem que estar desempenhando, tem que fazer resultado para poder ter a qualificação Olímpica e chegar ainda a 100% para os Jogos Olímpicos”, explicou o piloto brasileiro do bobsled tanto no two-man quanto no four-man.

Processo de “constante evolução”

De acordo com Edson Bindilatti, contar com um atleta reserva será essencial para o bom desempenho e continuidade da equipe ao longo da temporada. “Tendo um atleta de reserva, a gente consegue sempre fazer troca no time, deixar os atletas descansando, para que eles possam sempre estar em condição física ideal para a competição. E também porque para os Jogos Olímpicos a gente precisa ter um reserva. Caso um atleta se lesione ou não esteja se sentindo bem no dia da competição ou dos treinos, a gente pode trocar esse atleta. Quando a gente não tem essa reserva, ficaria o time inteiro fora”, comentou.

Além do aspecto estratégico, o piloto ressaltou a importância da Seletiva para manter a equipe em constante evolução. “Essa Seletiva é justamente para manter o time em competitividade, em alto rendimento. Para todos os atletas saírem da zona de conforto e estarem ali querendo fazer sempre o seu melhor, para sempre querer competir e estar na equipe”, completou Edson Bindilatti, atleta com quatro experiências olímpicas nos Jogos de Inverno, estreando em 2002 e com participações também em 2006, 2014 e 2022. Em Beijing-2022, o Brasil conseguiu o seu melhor resultado da história no four-man, terminando em 20º lugar.

Treinadoras estarão presentes

A Seletiva Nacional de Bobsled também terá como atrativo a presença das duas treinadoras estrangeiras da equipe brasileira: as britânicas Joanne Manning e Nicola Minichiello, profissionais renomadas que acompanharão o evento de perto. Nos dias 12 e 13, os candidatos farão atividades físicas no período da manhã e da tarde. Eles também serão avaliados em quatro categorias: velocidade (sprints de 10, 20 e 30 metros), saltos (distância, triplo e unipodais), levantamento (peso Olímpico) e lançamento (medicine ball).

“Acredito que vai ser uma grande Seletiva, até porque nossas treinadoras vão estar aqui no Brasil. Isso vai dar esse brilho na nossa Seletiva, até para os atletas que chegarem entenderem melhor todo o procedimento, todo o processo, como vai funcionar a temporada, as competições, a preparação. Vai ser bacana, será importantíssima essa Seletiva para a gente ter êxito e fazer o que a gente quer fazer: um resultado assustador nos Jogos Olímpicos”, concluiu Edson Bindilatti.

“Após três dias de testes e treinos, teremos a oportunidade de reunir imprensa, apoiadores e autoridades para apresentar a equipe principal e o novo integrante que se destacar na Seletiva. Será um momento para mostrar os atletas, suas funções na equipe, fazer demonstrações de largada e esclarecer dúvidas. Teremos conosco a treinadora e manager da equipe, Joanne Manning, além da campeã mundial de Bobsled e Especialista em Safeguarding do Comitê Olímpico Internacional (COI), Nicola Minichiello, que apresentarão o plano da temporada. Será uma celebração do espírito olímpico e do sonho que mora em cada atleta de representar o Brasil nos Jogos Olímpicos”, finalizou Emilio Strapasson.