O Skeleton
O Skeleton é considerado um dos esportes mais radicais dos Jogos Olímpicos de Inverno e é disputado individualmente. Nas competições, o atleta se lança em um trenó e desce de cabeça (literalmente!) a pista. Ele faz de duas a quatro descidas e vence quem tiver o menor tempo no total.
Assim como o Bobsled, a origem do esporte remonta ao século 19, com a popularização dos trenós como meio de transporte em montanhas. A primeira corrida foi realizada em 1884, na Suíça. Oito anos depois, um inglês conhecido como Mister Child apresentou um novo trenó, semelhante ao esqueleto humano, o que teria dado nome à nova modalidade esportiva.
As primeiras competições começaram a surgir no fim do século 19. A IBSF (Federação Internacional de Bobsled e Skeleton) surgiu em 1923 e, no ano seguinte, o esporte integrou a primeira edição dos Jogos Olímpicos de Inverno. Depois, retornou em 1948, e entrou de vez no programa olímpico em 2002.
Alemanha, Áustria, Suíça, Reino Unido e Canadá são alguns dos países que se destacam nas principais competições internacionais, mas a modalidade está crescendo muito e se expandindo a outras regiões, como a Coreia do Sul, a Austrália e o Brasil.
O “kit” do Skeleton
Por competir individualmente e sem a proteção do trenó do Bobsled, o atleta precisa utilizar alguns equipamentos adicionais. O trenó, por exemplo, é feito de metal na sua estrutura e plástico nas bases e deve pesar 43kg na competição masculina e 35kg entre as mulheres e, com o peso dos competidores, não pode ultrapassar 115kg e 92kg, respectivamente.
O capacete é de uso obrigatório, assim como as sapatilhas com mini-agulhas na sola para dar tração durante a largada. Protetores de ombros e cotovelos são opcionais, mas ajudam a evitar ferimentos e, se forem utilizados, devem ficar embaixo dos trajes – projetados para diminuir o atrito com o ar.
Por fim, as pistas são as mesmas do bobsled: feitas de concreto e com um sistema de refrigeração para ficarem cobertas de gelo – com exceção da pista em St. Moritz, a única com refrigeração natural que recebe competições da Copa do Mundo e Copa Europa. O trajeto deve ter entre 1200 e 1300 metros e, no mínimo, 15 curvas.
Dicionário do Skeleton
Heat: é o nome de cada corrida que o atleta faz em uma competição. Nos Jogos Olímpicos e Mundiais são quatro descidas.
Line: é a “linha perfeita” do atleta na pista. Corresponde ao trajeto considerado ideal para ganhar velocidade e não tombar o trenó.
Toboggan: é o outro nome dado ao trenó do skeleton.
Slider: como é conhecido cada competidor no skeleton.
O Brasil no Skeleton
O Brasil iniciou sua trajetória no Skeleton logo após a fundação da Associação Brasileira de Bobsled, Skeleton e Luge (ABBSL), precursora da CBDG, em 1996. Leandro Fracasso, um dos pioneiros de Bobsled do Brasil, foi o primeiro atleta do país a treinar no Skeleton, em 1999, mas não chegou a competir oficialmente.
Emílio Strapasson, em 2003, foi o responsável por colocar o país no cenário internacional do Skeleton com participações na Copa América. Ele ficou próximo da vaga olímpica em 2006 e 2010, mas infelizmente não conseguiu o índice necessário.
Após retomar suas atividades com uma nova diretoria em 2013, a CBDG retomou o investimento no Skeleton, com participações de atletas na Copa América, no Mundial e nos Jogos Olímpicos da Juventude de Inverno, em 2016. Para o próximo ciclo olímpico, o Brasil irá montar sua primeira equipe feminina adulta para tentar a vaga inédita nos Jogos de Inverno.
Conquistas do Brasil no Skeleton
1999 – Início dos treinamentos de Leandro Fracasso, primeiro brasileiro a treinar no skeleton.
2003 – Estreia do Brasil no Skeleton, com participação de Emílio Strapasson em provas da Copa América.
2011 - Brasil estreia no Mundial de Skeleton. Emílio Strapasson é o 30º na disputa masculina.
2013 – Após crise administrativa, o Brasil volta a competir na modalidade, com três atletas masculinos na Copa América.
2015 - Brasil participa novamente do Mundial de Skeleton. Gustavo Henke é o 33º na disputa masculina.
2016 - Brasil participa dos Jogos Olímpicos da Juventude de Inverno em Lillehammer. Robert Barbosa e Laura Nascimento representaram o país.
2018 – CBDG monta sua primeira equipe feminina adulta de Skeleton com Marina Tuono e Nicole Silveira.