A Patinação de Velocidade
A prática da Patinação de Velocidade é uma das mais antigas do mundo. Há relatos na Antiguidade de humanos fabricarem sapatos especiais com ossos de animais para atravessarem lagos e rios congelados na Holanda, Escandinávia e demais países do norte da Europa.
A atividade cresceu nos séculos posteriores e chegou à América do Norte no Século 19, popularizando ainda mais as provas de velocidade em pistas de gelo. A ISU nasceu em 1891 e, dois anos depois, surgiu o Mundial de Patinação de Velocidade. É a competição mais antiga entre países. O esporte fez parte da primeira edição dos Jogos Olímpicos de Inverno e não saiu mais do programa.
Na década de 1960, alguns atletas começaram a correr em pistas menores e criaram a Patinação de Velocidade em pista curta, disputada em um rink oval de 111 metros. O novo esporte caiu no gosto do torcedor e faz parte dos Jogos Olímpicos desde 1992.
Na pista curta, os atletas competem em provas de 500, 1000 e 1500 metros, além do revezamento por equipes. Na modalidade pista longa (rink oval de 400 metros), as distâncias envolvem desde corridas rápidas de 500 metros até provas de 10 mil metros, passando por provas de perseguição e de sprint por equipes.
A Holanda é o país dominante da Patinação de Velocidade, liderando o quadro de medalhas em Mundiais e Jogos Olímpicos. Na pista curta, destaque para os países asiáticos, principalmente Coreia do Sul e China, e para os atletas do Canadá.
O “kit” da Patinação de Velocidade
Basicamente são três equipamentos para um atleta. O mais importante são os patins, com lâminas maiores do que hóquei e patinação artística, que permitem aumentar sua velocidade. Na pista curta, as lâminas são presas apenas na frente para facilitar nas curvas. Os visores protegem os atletas do vento e de partículas de gelo que podem saltar, e o capacete também é obrigatório na pista curta.
Na Patinação de Velocidade, o rink é oval e tem 400 metros, a mesma medida de uma pista de atletismo. Na pista curta, o trajeto oval é de 111 metros e normalmente é disputado no mesmo rink da patinação artística.
Dicionário da Patinação de Velocidade
Allround: competição mais antiga da patinação de velocidade, que combina quatro provas de diferentes distâncias para determinar o atleta mais completo da modalidade.
Mass Start: nome dado à prova de largada coletiva na patinação de velocidade. Entrou nos Jogos Olímpicos em 2018.
Sprint: nome do torneio que envolve apenas provas de 500 e 1000 metros (as mais rápidas da patinação de velocidade) e determina o atleta mais rápido da modalidade.
O Brasil na Patinação de Velocidade
Os primeiros passos do Brasil na Patinação de Velocidade foram dados na modalidade pista curta com Felipe de Souza. Entre 2004 e 2007 ele competiu em diversos torneios da modalidade, incluindo etapas da Copa do Mundo e do Mundial. Em 2009, ainda foi o primeiro brasileiro a participar de uma prova em pista longa.
Após passar por uma reestruturação administrativa, a CBDG retomou o investimento na Patinação de Velocidade a partir de 2015, com a formação de uma equipe que envolve três jovens talentos: João Victor da Silva, Marcelo Donadio e Gabriel Ohnmacht.
Conquistas do Brasil na Patinação de Velocidade
2004 – Brasil estreia na Patinação de Velocidade com Felipe de Souza conquistando a prata nos 500 metros do Regionals South East do Canadá.
2005 – Felipe de Souza participa da Copa do Mundo de Patinação Pista Curta e termina na 87ª posição nos 500 metros e 99ª posição nos 1000 metros.
2006 – Felipe de Souza participa da Copa do Mundo de Patinação Pista Curta mais uma vez: 49º nos 500 metros e 76º nos 1000 metros.
2007 – Brasil estreia no Mundial de Patinação de Velocidade, categoria pista curta, com Felipe de Souza. Termina na 42ª posição dos 500m, 47º nos 1000m e 53º nos 1500m. É o 51º na classificação geral.
2009 – Felipe de Souza migra para a pista longa e faz a estreia do Brasil na patinação de velocidade tradicional. Ele compete na Copa Canadense, em Calgary.
2015 – Após seis anos, Brasil retorna à modalidade com a participação de João Victor da Silva no Campeonato Allround de Belarus.
2016 – Gabriel Ohnmacht e Marcelo Donadio passam a fazer parte da equipe brasileira de Patinação de Velocidade.
2017 – Acontece a primeira edição do Campeonato Brasileiro Sprint de Patinação de Velocidade em Inzell, na Alemanha.